Pages

terça-feira, 15 de março de 2011


De onde vêm os bebês? é a pergunta fatídica capaz de deixar pai e mãe na maior saia justa. Mas não adianta mudar de assunto. Falar sobre sexo e sexualidade com os filhos é importantíssimo e não dá pra deixar pra depois.

Quando começar a conversa?

Não tem uma idade exata para falar sobre sexo. Depende dos estímulos visuais e auditivos aos quais a criança é exposta. Geralmente, a curiosidade para saber de onde vêm os bebês começa com a gravidez da mãe ou de outra pessoa próxima. Vale lembrar que as crianças abaixo de 6 anos não têm memória auditiva tão aguçada, então não dão tanta importância para a resposta. O que interessa para elas é matar a curiosidade ou chamar a atenção, explica a sexóloga e ginecologista Franciele Minotto.

O interesse chama

A hora certa pra falar sobre sexo é quando surge o interesse! E não tem idade pra isso. Primeiro devemos informá-los sobre os órgãos genitais, como funcionam, sobre a higiene, e sobre a diferença entre os gêneros masculino e feminino, dando exemplos do papai e mamãe, irmão e irmã, se for necessário, sugere a ginecologista.

E mesmo se não houver perguntas, a partir dos 10 anos, é legal introduzir o tema no papo em casa. É necessário que os pais insiram o assunto nas conversas com as crianças. Comentar sobre o que é o namoro e como acontece; que as pessoas beijam na boca, se abraçam, fazem carinho pelo corpo da outra. E que um belo dia poderão ficar nus e, se assim desejarem, o pênis do menino entrará na vagina da menina, aconselha Franciele.

Xô, mito!

Desconversar, mudar de assunto, não pronunciar a palavra em casa apenas mistifica o sexo e o coloca distante da vida da criança. Como há muito estímulo visual, algumas vezes é difícil esconder ou dissimular a palavra sexo. Isso é importante para não deixar o assunto como algo proibido ou mágico, alerta a sexóloga. E nada de ficar constrangida. Na hora de conversar, a naturalidade é importante para o entendimento da criança e facilita a percepção de que o sexo é uma prática constante da vida adulta.

A professora Joana E. Antunes, 32 anos, não sabia o que responder quando a filha de cinco anos fez a primeira pergunta embaraçosa. Um belo dia, a Thaís virou pra mim e perguntou: mãe, eu posso cruzar? Fiquei surpresa e sem saber o que dizer. Mas expliquei que só podemos fazer isso quando amamos alguém de verdade. Foi a única saída, ri a professora.

As metáforas

Não adianta usar palavras do diminutivo para se referir aos órgãos sexuais. Nada de pirulitinho e pererequinha. Falar o nome correto de ambos e até utilizar-se de espelho para identificar as estruturas é muitíssimo importante. Sexo não pode ser relegado eternamente ao felizes para sempre do conto de fadas, adverte.

Anote!

Dicas para não engasgar quando a conversa de sexo aparecer na hora do jantar:

- Trate o assunto com naturalidade e deixe claro que é uma prática comum da vida adulta;

- Vale perguntar o que a criança já sabe sobre o assunto, para especificar a dúvida;

- Não esconda que os pais praticam o sexo. Isso estimula os filhos a perceber a união do casal e a compreender que você precisa daquela horinha pra ficar a sós;

- Explique que o ato sexual é prazeroso, mas pode trazer transtornos sem algumas precauções: gravidez indesejada, doença sexualmente transmissível, etc;

- Tome cuidado com o contexto e as palavras usadas durante o diálogo para não associar o sexo a algo sujo ou feito apenas pelos maus

- É necessário começar a conversa enquanto as modificações puberais estão acontecendo. Deixar para falar depois da primeira menstruação, para as meninas, é tapar o sol com a peneira e pode ser tarde demais!

com os filhos

Eles perguntam, mas quem tem dúvidas são vocês. Descobrimos as principais e contamos como dialogar com as crianças sem susto


Mônica Brandão e Soraia Gama


RICARDO CORRÊA

Se você acha que já resolveu todos os seus problemas sexuais, espere até ouvir a primeira pergunta do seu filho sobre o assunto. Ela geralmente chega a seco, sem nenhuma preliminar. A sociedade atual oferece estímulos para gerar curiosidade sobre tudo, incluindo sexo. "Criamos nossos filhos para terem autonomia, voz própria. Eles são espontâneos porque têm espaço para perguntar", diz a educadora sexual Maria Helena Vilela. Cada um tem sua forma de lidar com o tema, uns mais naturalmente, outros mais tolhidos. Não importa qual a sua, mas fale sempre a verdade, colocando o ponto final na frase conforme a capacidade de entendimento do seu filho. A seguir, você encontrará respostas para perguntas e situações típicas da infância. É a nossa ajuda para os pais sobreviverem ao desenvolvimento sexual dos filhos.

1 - Minha filha nos pegou namorando. Estávamos só nos beijando e ela gritou: "Credo, vocês não têm nojo?"
É hora de explicar a ela que o ato parece esquisito à primeira vista, mas é uma das melhores coisas da vida. E que, se for quem a gente gosta, nunca será nojento, e sim muito gostoso. Lembre-se de que ela pode ter pensado em nojo, mas também pode ter apenas sentido ciúme de os pais estarem juntos sem ela.

2 - Meu filho gosta de mexer no pênis. Faz isso em qualquer lugar, desde que sinta vontade. Como dizer a ele que não dá para fazer isso na frente dos outros?
Ok, a situação é constrangedora, principalmente quando acontece na frente de pessoas não tão íntimas. Fazer alarde só incentivará o ato. Respire fundo e explique que, sim, as pessoas gostam de se tocar nessa parte do corpo porque dá uma sensação gostosa. Mas que se trata de algo muito particular e existe local certo para fazer isso, sozinho, e não na frente dos outros.

3 - De namorado, igual na novela. É assim que meu filho quer que sejam os meus beijos!
Não. Seja direta desde sempre: esse tipo de beijo só no papai. Diga que um dia ele terá uma namorada e vai beijá-la assim também. Dessa forma, você impede a idealização do amor pela mãe e deixa claro quais os papéis de pais e filhos. Cada um, cada um.

4 - Tomar banho comigo vai fazer meu filho se interessar por sexo mais cedo?
Crianças não funcionam assim. Tomar banho com um adulto não desperta vontade nele de ter relações sexuais, mas aumenta a curiosidade em relação às transformações corporais de meninas e meninos. Aí é o momento de você explicar que algumas mudanças hormonais vão ocorrer no corpo dele para prepará-lo para a idade adulta. Vale usar até desenhos didáticos para isso. Além de uma conversa divertida, o diálogo vai aplacar o interesse dele.

5 - Minha sobrinha, de 7 anos, está apaixonada pelo amiguinho de classe. E me perguntou que gosto tem um beijo! Devo me preocupar?
Calma. É muito comum ouvir crianças dessa idade dizendo que namoram, mas geralmente é apenas uma paixão platônica, sem atos concretos. Responda a verdade sobre o beijo, sem estender o assunto ou entrar em detalhes. Não valorize sentimentos e sensações aos quais ela não está preparada para ter. Isso pode estimular uma sexualidade precoce.

6 - Com apenas 5 anos, minha filha tem vergonha de ficar só de calcinha na piscina ou em casa. Isso é sinal de que a sexualidade já aflorou?
Não é para tanto. Mas respeite os limites dela, sem impor sua vontade. A atitude da menina pode ser sinal de que em algum momento os pais demonstraram a ela que não era legal ficar de calcinha. Então, pense no que já falou para ela. Por outro lado, crianças repetem nossos comportamentos e não é comum ver adultos desfilando de calcinha por aí, não é?


RICARDO CORRÊA

7 - Durante um capítulo da novela, a personagem disse que queria fazer um papai-e-mamãe. Minha filha me perguntou o que era isso...
É. Essas passadas na frente da televisão na hora da novela sempre causam rebuliço. Mas lembre-se de que, quando uma criança faz uma pergunta relacionada à sexualidade, precisamos tentar responder dentro do universo verbal dela, exatamente o que perguntou, sem ir além do necessário. Se é uma criança de 5 ou 6 anos, por exemplo, diga simplesmente que essa é uma maneira de namorar. Nessa idade, eles não têm conceitos específicos sobre sexualidade. Com uma criança mais velha, a resposta pode ser um pouco mais elaborada, revelando que se trata de uma forma de transar.

8 - Quando troco as fraldas de minha filha, de 1 ano, ela gosta de mexer na vagina e às vezes coloca um brinquedo no meio das pernas. Por que ela faz isso?
É muito simples. Ela faz isso porque está descobrindo que a região pélvica traz sensações gostosas. E isso acontece sem maldade ou malícia. É o início da descoberta de seu corpo. Essa etapa é natural. A criança vê o toque genital como algo que traz sensações muito boas, assim como qualquer outra região do corpo. Para ela, daria no mesmo mexer na orelha ou no cotovelo, por exemplo.

9 - Flagrei um garoto de 3 anos mostrando o pênis à minha filha. Fiquei estática! Não é para menos! Ninguém imagina passar por isso na vida. É natural eles tentarem descobrir as diferenças corporais entre meninas e meninos. Mas crianças depois dos 5 anos merecem mais supervisão dos pais até para não se machucarem nessa exploração. O ato não é sinônimo de sexualidade precoce e, sim, de auto-conhecimento. Agora, se você não sabe lidar com isso, invente outra brincadeira para eles.

10 - Sempre tomei banho com a minha filha. Agora, com 6 anos, começou a observar mais e brincar, dizendo que quer mamar no meu peito. Não sei como agir.
Ninguém disse que iria ser fácil ter filhos, não é? É normal nessa idade eles ficarem mais atentos e curiosos em relação às mudanças corporais. Não corra o risco de reprimir o seu filho, trate o assunto com naturalidade. Mostre seu corpo, deixe-a tocar e conte que quando crescer também será assim. Mas coloque um limite, ok? Explique que ela não é mais bebê e por isso não pode mamar no peito.

 

Copyright © PASTORA NONETE MARIA COMO LIDAR COM ADOLECENTES. Template created by Volverene from Templates Block
WP by WP Themes Master | Price of Silver